Projeto do IFRR sobre tratamento de resíduos líquidos domésticos é contemplado com apoio financeiro

As ações visam tratar os resíduos descartados para não contaminar o Igarapé Urubuzinho, bem como fazer o reúso da água tratada para irrigação de plantas / Foto: Divulgação /
 
Concorrendo com ideias que buscam soluções ambientais inovadoras na Amazônia, o projeto “Tratamento de efluentes domésticos com a utilização de filtro anaeróbio e wetland para descarte de forma sustentável na região da vicinal Água Boa”, área rural de Boa Vista, foi selecionado para receber apoio financeiro do Banco da Amazônia (Basa). O valor para o desenvolvimento das ações será de R$ 40.126,00, com prazo de execução de 12 meses.

Três propostas do Instituto Federal de Roraima (IFRR) foram submetidas ao Edital de Seleção Pública de Pesquisa Científica e Tecnológica (edição 2024) do Basa. Foi selecionada a proposta da professora Elaine Ramires, do Campus Boa Vista Zona Oeste (CBVZO), em parceria com os professores André Maia Lima e José Lima Oliveira Júnior, da mesma unidade. Serão colaboradores Paulo Roberto Botinelly Costa Cavalcanti, Bruno Eduardo Wanderley Zamberlan, Emilly Lima, Davi Omar Castro Briceno, Aderaldo Nicácio da Silva, Miguel Felipe de Souza Lima e Alexandre de Melo Lacerda.

O projeto visa promover ações educativas e ecológicas, em conjunto com a Associação Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico, associando técnicas de sustentabilidade e de desenvolvimento de saneamento rural, além de práticas ecológicas para o reúso da água tratada. A proposta é tratar os efluentes gerados no âmbito das instalações hidrossanitárias do Núcleo Romper da Aurora, localizado no Sítio Água Boa. A equipe aguarda liberação do apoio financeiro para iniciar as atividades.

Ao final do projeto, a intenção é reduzir, reciclar e reutilizar a água, gerando sustentabilidade nas instalações do Novo Encanto. Para isso, ocorrerá a construção de instalações de tratamento de baixo custo, composta de uma fossa ecológica, seguida de filtro anaeróbio e desinfecção de parcela cinza do efluente a fim de empregá-la no reúso para fins de irrigação em plantações e jardins. Pretende-se também devolver qualquer resíduo de efluentes ao rio Urubuzinho com qualidade sanitária aceitável, reduzindo o uso de água potável e promovendo um uso mais sustentável dos recursos hídricos.

De acordo com a coordenadora do projeto, Elaine Ramires, o projeto surge em resposta à crescente preocupação com o impacto ambiental causado pelo descarte inadequado de efluentes domésticos, um problema que afeta não apenas a saúde pública, mas também a biodiversidade local. Ela lembra que a região do Água Boa, belíssima em fauna e flora, enfrenta desafios significativos em relação ao tratamento e descarte adequado dessas águas.

O tratamento dos efluentes consiste na combinação de dois sistemas eficazes: o filtro anaeróbio e o wetland (ou zona úmida construída). “A implementação dessas tecnologias não apenas melhora a qualidade da água, mas também contribui para a conscientização comunitária sobre práticas ambientalmente responsáveis”, disse Elaine.

O QUE SÃO

Efluentes são resíduos líquidos resultantes de atividades humanas ou processos industriais que são descartados no meio ambiente, geralmente na forma de água contaminada. Esses resíduos podem conter uma variedade de substâncias indesejáveis, como produtos químicos, matéria orgânica, nutrientes e microorganismos, que podem ser prejudiciais aos ecossistemas aquáticos e à saúde pública se não forem tratados adequadamente.

IMPACTO SOCIAL E ECONÔMICO

Em termos sociais, espera-se que a iniciativa promova melhorias significativas na qualidade de vida da comunidade atendida pelo projeto, garantindo acesso à água mais limpa e segura. Em termos econômicos, a redução de custos associados ao tratamento convencional de águas residuais pode gerar economia em longo prazo.

O projeto de tratamento de efluentes domésticos, por meio de filtro anaeróbio e wetland, representa uma esperança renovada para a preservação ambiental na região da vicinal Água Boa. Combinando inovação científica e responsabilidade socioambiental, os pesquisadores e colaboradores estão preparados para fazer uma diferença significativa no futuro da saúde ambiental da Amazônia.

APOIO

Setores como a Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Propespi) e a Coordenação de Pesquisa (Copesq) do Campus Boa Vista Zona Oeste do IFRR deram o apoio necessário durante o processo. A coordenação ajudou com a discussão da ideia inicial e nas solicitações de informações, pedido de leitura e afinação do objetivo.

A Propespi divulgou aos pesquisadores da instituição o edital do Banco da Amazônia. Como forma de apoio, constituiu um comitê ad hoc para realizar a pré-avaliação, a solicitação de ajustes e a emissão de parecer e carta de anuência para habilitação dos projetos da instituição. Três projetos do instituto foram enviados à seleção da instituição bancária, com um selecionado.

INVESTIMENTOS

O edital do Banco da Amazônia teve por objetivo direcionar investimentos para projetos que irão gerar novos conhecimentos, tecnologias e inovação que contribuam para a melhoria da qualidade de vida da população na Amazônia, com disponibilização de R$ 800 mil para impulsionar os projetos selecionados.

REBECA LOPES

Categoria:Educação

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