Empresa de marido de deputada de Roraima fecha contrato de R$ 211 mi com Ministério da Saúde

Faturamento da Voare, empresa do marido da deputada Helena Lima, é recorde em 14 anos; Lima estreou na Câmara ano passado / Foto: Divulgação /

A Voare Táxi Aéreo, empresa do marido da deputada Helena Lima, do MDB de Roraima, fechou um contrato de R$ 211,5 milhões com o Ministério da Saúde, o recorde da empresa nos últimos 14 anos. A firma foi contratada na última terça-feira (7/5) para atuar na assistência de saúde aos povos indígenas Yanomami por dois anos.

Desde que Helena Lima se tornou deputada federal, no ano passado, a Voare aumentou o faturamento com o governo federal, como mostrou a coluna. Em 2023, a firma assinou R$ 53,3 milhões com o governo federal, até então o segundo maior valor em 14 anos, período máximo informado pelo Portal da Transparência. Agora, com os R$ 211,5 milhões do Ministério da Saúde, 2024 se tornou o ano mais próspero para a companhia no período.

Próxima de Romero Jucá, ex-ministro de Lula e Michel Temer, Lima disputou sua primeira eleição em 2022. Usou o nome de urna “Helena da Asatur”, em referência a um braço da Voare. A dona da Asatur é sua filha Eduarda Lima, e seu marido, Renildo Lima, é sócio. Além de ter fundado a Voare, a deputada trabalhou na empresa de 2001 a 2022, quando se elegeu.

O contrato assinado pela Voare com o Ministério da Saúde vale por dois anos e é prorrogável por mais dez. O serviço inclui o transporte aéreo de equipes médicas e pacientes da Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

Procurado, o Ministério da Saúde afirmou que só pode impedir a participação de empresas em licitações se houver registros de faltas graves na Justiça ou na Receita Federal. “O fretamento de aeronaves é de fundamental importância para a condução das ações de atenção à saúde dos povos indígenas”, disse a pasta, acrescentando que o processo foi acompanhado pela Advocacia-Geral da União e Controladoria-Geral da União.

Procurada, a Voare afirmou que apresentou o menor preço entre cinco empresas, e que o valor da hora por voo está abaixo do padrão de outros órgãos do governo federal. “Todos os contratos executados pela Voare são submetidos à fiscalização e auditoria pelos órgãos de controle, sem jamais terem sido identificadas quaisquer irregularidades na execução desses contratos”, declarou a empresa.

Em nota, a deputada Helena Lima afirmou que deixou de ser sócia da Voare em dezembro de 2022, antes de assumir o mandato. “Desde então, dedica-se integralmente às suas funções legislativas”, afirmou.

FONTE: PORTAL METRÓPOLE

Categoria:Política

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