Polícia Civil de Roraima realiza diligências em área indígena Yanomami e define autoria de homicídio
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13/11/2024 10H05
O técnico de enfermagem Vilson da Silva Souza foi morto por uma flechada disparada por um colega após uma discussão sobre o uso de energia no posto de saúde / Foto: Divulgação/PCRR /
A PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio da Delegacia de Alto Alegre, avançou nas investigações sobre o homicídio do técnico de enfermagem Vilson da Silva Souza, de 27 anos, ocorrido na Comunidade Indígena Marachiu, Polo Base Surucucu, na área Yanomami, no último dia 9 de novembro. A vítima, funcionário da Missão Evangélica Caiuá, foi morta por uma flechada, supostamente desferida por seu colega de trabalho, R. Y., de 30 anos, após uma discussão sobre o uso de energia no posto de saúde.
Nesta terça-feira, 12 de novembro, uma equipe da Polícia Civil, coordenada pelo delegado titular de Alto Alegre, Vinícius Quadros, deslocou-se até a região de difícil acesso, onde realizou uma série de diligências com o apoio da Associação Yanomami Urihi e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), que disponibilizaram uma aeronave.
“A operação permitiu colher depoimentos de testemunhas que estavam presentes no momento do crime, possibilitando identificar o autor com clareza”, destacou o delegado.
De acordo com o relato de uma testemunha que estava na unidade de saúde durante o incidente, o conflito teria se originado de uma discussão sobre o carregamento de celulares no posto de atendimento, que estava gerando problemas de convivência e segurança na estrutura local.
“A testemunha relatou que em reunião ocorrida horas antes do crime, um acordo foi proposto entre o autor, seus tios e os técnicos de saúde para limitar o uso de energia no local, com a intenção de instalar uma tomada externa”, disse.
No entanto, após o término da reunião, R. Y. teria voltado ao posto e, em tom agressivo, insistido para que Vilson carregasse seu celular.
Segundo a testemunha, o autor deixou o recinto após ser orientado por outro técnico para que procurasse uma extensão. No entanto, retornou com o filho, exigindo que Vilson o atendesse. Ao constatar que o menino estava sem problemas de saúde, Vilson foi surpreendido por uma flechada no peito. Testemunhas ainda tentaram pedir ajuda, mas R. Y. teria subido na caixa d’água do posto para cortar os fios de internet, aparentemente com a intenção de dificultar a comunicação e impedir a solicitação de socorro.
Segundo o delegado, além da brutalidade do ato, foi informado que o autor possui histórico de agressividade, sendo mencionado em casos anteriores de intimidação e violência na comunidade, incluindo uma agressão recente à própria esposa. As testemunhas e moradores locais reforçaram o envolvimento de R. Y. no crime, e o delegado informou que a motivação é considerada fútil.
O delgado disse ainda que apesar das diligências realizadas, a logística limitada do voo obrigou a equipe a retornar a Boa Vista no mesmo dia, impossibilitando a busca pelo suspeito, que fugiu após o crime para uma área de mata de difícil acesso, a cerca de três a cinco dias de caminhada da vila mais próxima.
“Contudo, a comunidade local manifestou interesse em colaborar com a Polícia e se comprometeu a fornecer novas informações que possam ajudar a localizar o autor do crime”, detalhou o delegado.
Vinícius Quadros disse ainda que a Polícia Civil continua as investigações, com a expectativa de realizar novas diligências para reunir mais provas e efetuar a captura do suspeito nos próximos dias.
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Polícia Civil de Roraima prende homem por abate ilegal de jacaré no Conjunto Cidadão
A PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio da DPMA (Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente), prendeu na manhã desta terça-feira, dia 12, no Conjunto Cidadão, zona Oeste de Boa Vista, o pedreiro E.L.A., de 23 anos, acusado de abater ilegalmente um jacaré.
A operação foi coordenada pela delegada adjunta da DPMA, Maryssa Batista, e teve como ponto de partida denúncias e publicações numa rede social que ajudaram a identificar e responsabilizar o autor.
“O caso ganhou visibilidade após o irmão de E.L.A. compartilhar imagens do animal numa rede social. A postagem permitiu à equipe da DPMA localizar o infrator, e ambos foram conduzidos para a Delegacia. O irmão que postou as imagens foi ouvido como testemunha, enquanto E.L.A. foi formalmente identificado como o autor do abate ilegal”, detalhou a delegada.
Maryssa Batista ressaltou a importância das denúncias e do uso das redes sociais para combater crimes ambientais e garantir que esses atos não fiquem impunes.
“O suspeito foi autuado conforme o Art. 29 da Lei 9.605/1998, que criminaliza o abate e a utilização de animais da fauna silvestre sem autorização. Segundo a lei, a pena para esse tipo de infração é de detenção de seis meses a um ano, além do pagamento de multa”, disse.
A equipe da DPMA acionou peritos do ICPDA (Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida) e no local a perícia encontrou a pele e a cabeça do animal no quintal da residência e parte da carne guardada em uma geladeira.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente também foi acionada e realizou a apreensão e autuou administrativamente o acusado.
Ao ser interrogado, o pedreiro disse que o jacaré mordeu sua isca enquanto ele pescava em um lago próximo. Ao invés de soltar o animal, ele decidiu abatê-lo com golpes de terçado no pescoço.
Contra ele foi lavrado um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), considerado crime de menor potencial ofensivo. O homem vai responder ao procedimento em liberdade.
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Polícia Civil cumpre mandado de prisão contra mulher por perseguição a professor universitário
Diligências realizadas pela equipe da Polinter (Delegacia de Polícia Interestadual) da PCRR (Polícia Civil de Roraima) resultaram no cumprimento do mandado de prisão preventiva de A.R.G.D.S., de 28 anos pelo crime de comunicação falsa de crime e perseguição. A ação ocorreu nesta terça-feira, dia 12, no bairro Asa Branca, em cumprimento a decisão da 3ª Vara Criminal do TJRR (Tribunal de Justiça de Roraima).
O cumprimento de mandado de prisão foi realizado no âmbito da Operação Protetor e foi coordenado pelo delegado titular da Polinter, Alexandre Matos.
A mulher é acusada de comunicar crimes e contravenções que não ocorreram, e, também, de perseguir um professor universitário, de forma reiterada, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo a sua capacidade de locomoção ou invadindo a sua privacidade.
Contra ela já havia sido lavrado em 2023 um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), pelo crime de perseguição ao professor, consumado pela reiterada perseguição, tanto por meio virtual como presencial.
A vítima foi professor da acusada, numa universidade pública, no ano de 2015, porém, afirma, nunca ter ultrapassado com ela de uma relação de professor-aluno. A partir do ano de 2022, a mulher passou a incomodá-lo reiteradamente, comparecendo em sua casa e lhe enviando diversas mensagens via WhatsApp.
Entre ambos foi celebrado um acordo extrajudicial, onde ela se retratava das alegações inverídicas registradas por ela em diversos boletins de ocorrências, bem como das declarações falsas prestadas no TCO, em seu interrogatório. Além disso, comprometeu-se a não mais lhe enviar mensagens por qualquer meio, não comparecer mais à casa da vítima, tampouco fazer novas denúncias caluniosas em ofensa à sua honra e de sua família, o que ela não cumpriu.
A vítima requereu medidas cautelares contra a acusada, deferida pela Justiça, mas que foi violada. Assim, foi decretada a prisão preventiva da acusada.
A mulher foi localizada e presa em sua casa e conduzida à sede da Polinter, onde teve o mandado de prisão formalizado. Ela será apresentada nesta quarta-feira na Audiência de Custódia
DA REDAÇÃO
Categoria:Polícia