Mesmo com fiscalização, garimpo ilegal avança na Terra Yanomami, revela estudo

Além da destruição ambiental, o garimpo ilegal causa sérios problemas sociais e de saúde para as comunidades indígenas / Foto: Andressa Anholete/Getty Images /
     
Recentemente, um estudo revelou uma diminuição drástica na devastação de áreas da Terra Indígena Yanomami devido ao garimpo ilegal. A plataforma Papa Alpha, desenvolvida por uma ONG, mostrou que em 2022 a destruição atingiu 3.650 hectares. No entanto, em 2023, esse número caiu para 238,9 hectares, o que representa uma redução impressionante de 93%.

Ainda assim, novos dados apontam para uma preocupante tendência de migração da atividade ilegal para outras áreas. Um foco particular de preocupação é a bacia do rio Camburi, em Santa Isabel do Rio Negro, onde um antigo garimpo foi reativado recentemente, estando apenas a 5 km da comunidade Ariabu Yanomami.

A nova frente do garimpo ilegal

Segundo o Porta-voz da frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, Jorge Dantas, é alarmante que garimpeiros continuem a abrir novas áreas dentro das terras indígenas. “A capacidade destes grupos de continuar operando dentro de territórios protegidos indica uma falha grave em nossas políticas de proteção ambiental e dos povos indígenas”, afirma Dantas.

Além da destruição ambiental, o garimpo ilegal causa sérios problemas sociais e de saúde para as comunidades indígenas. Desde janeiro de 2023, o governo federal tem buscado intensificar os esforços para combater essa prática. No entanto, desafios significativos continuam impedindo progressos efetivos. O Parque Nacional do Pico da Neblina, que se sobrepõe à Terra Indígena Yanomami, também foi afetado, apesar de ser uma Unidade de Conservação.

Como o ecoturismo pode ser uma alternativa?

Em meio a esses desafios, o ecoturismo surge como uma alternativa sustentável de renda para os povos Yanomami. Na região do Pico da Neblina, ou Yaripo, o ecoturismo já é desenvolvido por parte da população local. Esta atividade não só oferece uma fonte de renda, mas também promove a conservação ambiental e o respeito às tradições e cultura local.

Analisando a situação geral, Dantas destaca a necessidade de medidas mais eficazes. “Precisamos de uma resposta mais robusta para proteger nossos ecossistemas e povos originários. A desintrusão, ou seja, a expulsão de garimpeiros, já foi executada com sucesso na Terra Yanomami em 2023, mas outras áreas ainda esperam por ações semelhantes”, conclui Dantas.

Entender e enfrentar o avanço do garimpo ilegal é crucial para a preservação de territórios tão importantes como a Terra Indígena Yanomami. Com uma estratégia integrada que envolva ações governamentais eficazes e apoio internacional, pode-se esperar um futuro mais sustentável para essas áreas.

FONTE: PORTAL PERFIL

Categoria:Meio Ambiente

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