INCLUSÃO SOCIAL: Teamarr e Casa do Cidadão realizam atendimento especializado para emitir RG de crianças autistas

O Centro de Acolhimento ao Autista é um programa da Assembleia Legislativa de Roraima e promove ações especializadas para pessoas com TEA / Foto: Jader Souza /

O Centro de Acolhimento ao Autista (TEAMARR), da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), em parceria com a Casa do Cidadão, do Governo do Estado, realizou a emissão de carteira de identidade, o RG, de crianças autistas. A ação ocorreu neste sábado (13), na sede do TEAMARR, localizada na avenida Santos Dumont, nº 1193, São Francisco.

No Centro, os profissionais utilizam técnicas específicas para conseguir finalizar todo o processo de emissão do RG, com atividades lúdicas para que a criança se sinta confortável. A deputada Angela Águida Portella (Progressistas), presidente do Programa de Atendimento Comunitário, ao qual o TEAMARR é vinculado, enfatiza que a ação foi pensada na instituição justamente por ter estrutura adequada para os autistas.

“Ouvimos relatos dos pais que foram tentar tirar a carteira e a criança ou adolescente não se sentiu à vontade. Então trouxemos ao TEAMARR para que pudéssemos atender sem gerar tensão ou desconforto. O RG é necessário quando vai viajar, quando vai ao médico, para matrícula na escola, e é requisito para a nossa próxima ação, no dia 27 de abril, com foco na emissão da carteira do autista”, adiantou a parlamentar.

O TEAMARR é um espaço que oferece acolhimento multidisciplinar para os autistas e suas famílias. Quem não possui laudo passa por uma avaliação das equipes e, ao final, há um encaminhamento para o especialista com indicação da condição atípica. Por outro lado, aqueles que têm o laudo, passam por uma avaliação mais rápida para que sejam definidas quais atividades serão desenvolvidas.

Abril Azul

O atendimento especializado deste sábado faz parte da programação “Abril Azul” feita pelo Centro, voltada para a conscientização sobre o autismo. Para este sábado, a previsão é que cerca de 90 carteiras de identidades sejam emitidas.

O TEAMARR já realizou outras atividades com temáticas relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Até o final deste mês, mais ações serão desenvolvidas, como a roda de conversa sobre dificuldades do TEA na adolescência. Os interessados em participar podem confirmar presença pelo formulário de inscrições disponível no site da Assembleia Legislativa de Roraima (al.rr.leg.br).

Para a professora Gisele Barbosa, mãe do Lucas Eduardo, de 5 anos, a emissão da identidade é importante para o processo de inclusão social das crianças autistas. Ela afirmou que a burocracia dos trâmites para conseguir o documento é a grande barreira para as famílias, e enalteceu que na ação o filho teve o atendimento que merece.

“Ainda que a criança tenha o diagnóstico de autismo, durante a semana teríamos que faltar ao trabalho para fazer a documentação dele. Então é muito importante para ajudar a população, principalmente aquelas famílias que têm dificuldades em acessar esses serviços públicos”, enalteceu a mãe, ao mencionar que o filho recebeu o diagnóstico aos 3 anos de idade.

Atendimento especializado

A diretora da Casa do Cidadão, Ava Moraes, explica que o documento levará até cinco dias úteis para ficar pronto. No local, três servidoras realizam o procedimento. Depois, com o RG em mãos, as famílias podem emitir a carteira do autista. Segundo ela, a demanda tem sido expressiva e há um diálogo em andamento para ações semelhantes no futuro.

“Fizemos essa parceria, porque as crianças autistas precisam de atendimento diferenciado, especializado. No atendimento normal, não seria possível, pois eles têm o tempo deles, e muitas pessoas que estão esperando pelo mesmo atendimento não têm sensibilidade e paciência para entender isso. Nesse espaço, existe o acolhimento, e o serviço é feito no tempo deles”, destaca a diretora.

Foi por esse motivo que o servidor público Adauton Corinthi levou o filho Yan Gabriel, também de 5 anos de idade, para emitir o documento. O pequeno, que recebeu o diagnóstico de TEA aos 3 anos, posou para a foto 3x4 e teve as digitais coletadas. Agora, é só esperar para ter o documento em mãos.

“A inserção social dessas crianças passa por dificuldades, porque muitas pessoas, infelizmente, não conhecem o autismo. Então essa ação foi muito importante, já que facilita a vida das crianças. O autista não consegue ficar esperando tanto tempo na fila, como nós, que não temos o transtorno. Muito importante a ação. Estou feliz e grato”, expressou o servidor público.

JOSUÉ FERREIRA