ILHA DAS GUIANAS: Governo de Roraima participa de debate sobre rotas transnacionais com enfoque em integração e crescimento regional
Postado
05/04/2024 11H08
A ministra Simone Tebet esteve em Boa Vista nesta quinta-feira (4) para conduzir a apresentação do projeto Rota da Ilha das Guianas, que abrange Roraima / Foto: Thiago Feitosa /
Nesta quinta-feira (4), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, esteve em Boa Vista para apresentar e debater o projeto das cinco Rotas de Integração Sul-Americana com foco na Rota Ilha das Guianas.
O governador Antonio Denarium participou da plenária de diálogos que discute as rotas de integração na porção Norte do Brasil junto à ministra Simone Tebet e autoridades políticas, além da secretária Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do MDIR (Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, Adriana Melo Alves, o cônsul-geral da Guiana no Brasil, Rodger King e lideranças regionais da indústria e do comércio.
Tebet conduziu o lançamento e apresentação do projeto Rotas de Integração Nacional Ilhas Oceânicas das Guianas, que está entre as cinco rotas de integração. Duas estão diretamente relacionadas ao comércio dos Estados do Norte do Brasil com os países vizinhos das Américas do Sul e Central e região do Caribe. A ideia é abrir rotas mais curtas e ágeis para o comércio com a América do Norte e Ásia.
Uma das vias de integração é a Ilha das Guianas, que beneficia diretamente o Estado de Roraima, e a outra é a Manta-Manaus, rota majoritariamente hidroviária que permite conectar a capital do Amazonas aos portos do Equador e Peru.
De forma detalhada, a Rota da Ilha das Guianas reúne 16 obras do Novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), das quais 10 estão localizadas em Roraima e já contam com recursos garantidos no orçamento federal dos próximos quatro anos. Outras três obras estão na lei orçamentária de 2024 sem serem da nova edição do programa.
Ao apresentar a Rota Ilha das Guianas, Tebet reforçou que o traçado foi fruto de escuta aos governos, incluindo o de Roraima, e a sociedade. Além disso, a obra também engloba os Estados do Amapá, Amazonas e Pará com Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa Venezuela em um bloco logístico integrado e articulado.
“Roraima pode ter a rota mais curta para o Pacífico passando pelo Canal do Panamá e o acesso mais rápido do Norte do Brasil para a Ásia”, explicou a ministra.
O governador Antonio Denarium apresentou à ministra os números referentes ao crescimento do Estado nos últimos cinco anos, e reforçou a importância da integração com os países vizinhos. Ele ressaltou ao público que a população de Roraima foi a que mais cresceu na última década, e que o comércio exterior tem tido um peso crescente no desenvolvimento regional, que pode ser alavancado com a integração prevista.
Um exemplo ressaltado pelo governador é o fato de que Roraima aumentou as exportações em 87% nos últimos três anos. As vendas ao exterior passaram de US$ 196,8 milhões em 2020 para US$ 368,7 milhões em 2023. O principal destino das exportações de Roraima são os países da América do Sul (63% do total).
“A integração logística de Roraima com a República da Guiana e a Venezuela é muito importante para o desenvolvimento do Brasil, em especial para o nosso Estado. Somos a porta de entrada e saída para o escoamento de produção e importação. Isso é favorável”, expôs Denarium.
PLANO DE CRESCIMENTO
No evento, Tebet detalhou também falou sobre a estrada que liga Lethem a Georgetown, que hoje conta com a atenção do Governo Federal, que está fechando acordos bilaterais com a Guiana.
“As obras de infraestrutura são o ponto de partida. O meio de integrarmos a américa do sul são as obras de infraestrutura, mas muita coisa virá a partir daí, como o próprio governador mencionou: o trânsito de pessoas, de comércio, da zona de produção e exportação, turismo, alfândega, a atuação das polícias, da Receita Federal. Ou seja, tudo isso está previsto no pacote de integração”, declarou.
Ela frisou ainda que os investimentos que estão sendo realizados no Estado por meio do Novo PAC do Governo Federal.
“As obras que faltavam estão todas no PAC, no orçamento, sem comprometer em déficit fiscal e não vamos nos endividar para fazer essas obras. São recursos de 2024, 2025 e 2026 do orçamento brasileiro, não somente o Linhão [de Tucuruí], mas principalmente a conservação e restauração da BR-174 e a infovia”, ressaltou a ministra.
JOÃO PAULO PIRES e WESLEY OLIVEIRA
Categoria:Infraestrutura