Presidente da OAB/RR repudia decisão do ministro Alexandre de Moraes que o proibiu a comunicação entre advogados dos investigados pela PF

Ednaldo Vidal: "As prerrogativas do advogado não são privilégios, mas sim, instrumentos para preservar sua atuação de forma independente conforme a Constituição e o Estatuto da Advocacia e da OAB" / Foto: Divulgação /

O presidente da OAB Roraima e da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas de Roraima (Abracrim - RR), Ednaldo Gomes Vidal, manifestou indignação e repúdio pela decisão do ministro Alexandre de Moraes, que o proibiu a comunicação entre advogados dos investigados pela Polícia Federal. 

Ele classificou como lamentável, equivocada e absurda a decisão do ministro, tomada durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF), no dia 08.02,  em que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou aos alvos do inquérito a proibição "de manter contato com os demais investigados, inclusive através de advogados".

“É flagrante a violação das prerrogativas da Advocacia, de violação da Lei nº 8.906/94. As prerrogativas do advogado não são privilégios, mas sim, instrumentos para preservar sua atuação de forma independente conforme prevê a Constituição Federal e o Estatuto da Advocacia e da OAB. Trata-se de liberdade profissional para efetivação das garantias constitucionais e manutenção do Estado Democrático de Direito”, afirmou. 

CFOAB e ABRACRIM

O Conselho Federal da OAB apresentou nesta sexta-feira 09,02, um pedido ao STF para revogar a proibição de comunicação entre advogados, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes na decisão que autorizou a operação deflagrada pela PF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados acusados de uma tentativa de golpe de Estado.

O presidente nacional da entidade, Beto Simonetti, afirmou: “Tomamos essa medida porque é necessário garantir as prerrogativas. Advogados não podem ser impedidos de interagir nem confundidos com seus clientes.” 

Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) protocolou na sexta-feira (9), uma manifestação no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que o ministro Alexandre de Moraes reveja a determinação. O documento assinado pelo presidente Sheyner Asfóra e a diretoria nacional da Abracrim,  defende que “trata-se de um flagrante desrespeito ao exercício profissional da advocacia, já que não se pode impedir a comunicação entre advogados nem presumir que ela seja de cunho embaraçoso às investigações”.

O presidente nacional da Abracrim, Sheyner Asfóra, destaca que objetivo da manifestação é o de que o ministro Alexandre de Moraes reveja sua posição com relação a livre comunicação dos advogados de defesa, para assegurar a efetividade das prerrogativas e do livre exercício profissional dos advogados e das advogadas criminalistas do país.

“A advocacia criminal não pode ser criminalizada em nenhuma circunstância. Não podemos admitir que uma decisão da Suprema Corte contenha expressões que estigmatizem a advocacia brasileira”, afirma.

TIANA BRAZÃO
Categoria:Justiça

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