O caso teve início a partir de denúncias anônimas publicadas em uma rede social, nas quais mulheres relataram terem sido vítimas de abuso sexual / Foto: Ascom/PCRR /
A PCRR (Polícia Civil do Estado de Roraima), por meio da DERCC (Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos), concluiu nesta sexta-feira, dia 11, a investigação que resultou no indiciamento do personal trainer E.L.S., de 37 anos, por três crimes de estupro, tipificados no art. 213 do CPB (Código Penal Brasileiro).
De acordo com informações prestadas pelo delegado titular da DERCC, Eduardo Patrício, o caso teve início a partir de denúncias anônimas publicadas em uma rede social, nas quais mulheres relataram terem sido vítimas de abuso sexual. As denúncias foram encaminhadas inicialmente à DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), que instaurou o inquérito e, posteriormente, o remeteu à DERCC, em razão da natureza cibernética da origem das denúncias.
Durante o curso da investigação, segundo o delegado, foram identificadas as autoras das publicações e colhidos depoimentos detalhados de três vítimas. As diligências revelaram que o investigado se apresentava falsamente como personal trainer, mesmo sem possuir registro ou formação para o exercício da atividade.
A apuração demonstrou que, sob o pretexto de oferecer serviços de acompanhamento físico e aplicação de anabolizantes, o investigado se aproximava de mulheres e, mediante manipulação e constrangimento, as induzia à prática de atos libidinosos. Entre os anos de 2018 e 2023, três mulheres relataram terem sido vítimas diretas dos abusos, enquanto outras dez testemunhas também foram abordadas, mas não cederam aos avanços do autor.
A operação policial que culminou na prisão em flagrante de E.L.S. foi deflagrada no dia 27 de fevereiro de 2025. Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do investigado, os policiais civis localizaram uma grande quantidade de seringas, frascos e substâncias anabolizantes sem registro junto à autoridade sanitária competente. Diante das evidências, o investigado foi autuado em flagrante por crime contra a saúde pública, conforme o art. 273 do CPB.
“A partir dos depoimentos e das provas materiais reunidas, conseguimos comprovar o padrão de atuação do investigado, que utilizava de sua suposta autoridade profissional para atrair e manipular as vítimas. O inquérito foi concluído com base sólida, e o indiciamento reflete a gravidade dos crimes cometidos”, explicou o delegado Eduardo Patricio.
Com a conclusão do inquérito, E.L.S. foi formalmente indiciado por três crimes de estupro. As penas para os crimes imputados podem, somadas, variar de 28 a 45 anos de reclusão.
“Foi uma investigação minuciosa, bem complexa. Mas reunimos provas suficientes da atuação do investigado nestes crimes. A meta da Polícia Civil é fazer o combate rigoroso aos crimes de violência sexual e destacamos a importância da denúncia, inclusive anônima, como instrumento fundamental para interromper ciclos de abuso e garantir que os autores sejam responsabilizados perante a Justiça”, concluiu o delegado.
DA REDAÇÃO