AÇÃO INTEGRADA: Polícia Civil prende homem acusado de estuprar enteado, matar e ocultar cadáver de companheira em Rorainópolis
Postado
28/02/2025 17H37

O investigado foi apresentado na manhã desta sexta-feira (28), na Audiência de Custódia / Foto: Divulgação/PCRR /
Uma ação integrada da PCRR (Polícia Civil de Roraima) por meio da Delegacia de Rorainópolis com a PMRR (Polícia Militar de Roraima), resultou na prisão em flagrante nesta quinta-feira, dia 27, do caseiro L.R.L., de 43 anos, por ocultação de cadáver. Ele foi indiciado também por feminicídio e estupro de vulnerável. O homem é acusado de estuprar o enteado de 10 anos e matar a mãe da vítima, Marilene da Conceição, de 46 anos, e enterrá-la em uma cova no quintal de uma chácara.
De acordo com o delegado titular do município, Rick da Silva e Silva, no dia 21 de fevereiro, a dona da casa em que Marilene da Conceição morava, procurou a Delegacia para dizer que ela estava desaparecida e tinha deixado os dois filhos menores sozinhos na casa.
“Para que as crianças não ficassem em maior vulnerabilidade, ela cuidou das crianças, alimentando-as e procurou a mulher em toda a cidade, não a encontrando”, detalhou o delegado, dizendo que as crianças foram entregues aos familiares.
Posteriormente, chegou uma denúncia, no dia 26 de fevereiro, de que o filho da vítima, uma criança de 10 anos de idade, havia sofrido violência sexual por parte do caseiro L.R.L., que, segundo informações, mantinha um relacionamento amoroso com a mulher.
O caseiro foi localizado, após informações de familiares da vítima, por uma guarnição da PM e apresentado na Delegacia de Rorainópolis.
“A partir dessa detenção, a Polícia Civil passou a efetuar uma série de diligências, entre elas a oitiva dele. Efetuamos uma entrevista primeiro e, a partir daí, tivemos a percepção de que ele teve participação no desaparecimento da mulher, que sumiu no dia 21 de fevereiro”, disse o delegado.
Com as investigações, segundo o delegado, o homem terminou confessando que matou a mulher e enterrou o corpo dela.
“Ele disse que tinha um relacionamento com a vítima há meses. Ela foi vista por testemunhas com ele em um bar na cidade na noite em que desapareceu. Após essa situação, descobrimos sobre a violência sexual contra criança e, mais ainda, há indícios de que a criança relatou à mãe sobre os abusos praticados pelo investigado e que a mulher ao tirar satisfação com ele, foi ameaçada de morte. A própria criança confirmou que o homem ameaçou tanto ela, quanto a mãe dela”, disse o delegado
O ASSASSINATO
Em interrogatório, o acusado detalhou ao delegado Rick Silva como matou Marilene da Conceição. Ele disse que após uma discussão em um bar da cidade, o casal foi até a chácara em que ele morava e trabalhava como caseiro, na BR-174, km 213, ocasião em que agrediu a mulher com um soco no pescoço.
“Ele disse que tiveram uma discussão ao chegarem na casa, ocasião em que deu um murro, atingindo-a no pescoço. Ela caiu no chão e, em ato contínuo, ele pegou uma madeira e a golpeou na cabeça. Ele viu que a mulher caiu desmaiada e depois, ao constatar que ela tinha morrido, arrastou o corpo dela até uma área que tinha no quintal da chácara. Com uma pá, cavou uma cova e enterrou o corpo da mulher”, detalhou o delegado.
Com apoio da equipe de policiais de Rorainópolis, peritos do Núcleo Regional de Perícia Forense – Regional Sul e de uma equipe do CBMRR (Corpo de Bombeiros Militar de Roraima), o delegado foi ao local indicado pelo acusado, onde encontraram o corpo da mulher. Também foi apreendida a madeira utilizada para matá-la, ainda com manchas de sangue.
“Como o crime aconteceu na madrugada do dia 22 de fevereiro, não havia como autuá-lo em flagrante pelo crime de feminicídio e tampouco de estupro de vulnerável. No entanto, foi lavrado contra ele, um Auto de Prisão em Flagrante por destruir, subtrair e ocultar cadáver, previsto no artigo 211 do Código Penal Brasileiro”, detalhou o delegado.
O corpo da mulher foi removido ao IML (Instituto de Medicina Legal). O investigado foi apresentado na manhã desta sexta-feira, dia 28, na Audiência de Custódia, onde teve a prisão homologada e convertida em prisão preventiva.
INVESTIGAÇÕES
O delegado Rick Silva disse ainda que há detalhes na investigação que ainda precisam ser esclarecidos.
O primeiro ponto é em relação ao nome do acusado. O homem se apresentou como sendo L. R. L., no entanto, não apresentou nenhuma documentação.
"Ele teve as impressões digitais coletadas para ser feito o confronto no Instituto de Identificação para confirmar sua identidade", disse o delegado que revelou não acreditar que o homem está apresentando um nome falso.
Outro ponto é que a vítima fez um empréstimo de R$ 20 mil reais, dias antes de desaparecer em uma agência bancária da cidade. No entanto, não se sabe ainda se ela sacou o dinheiro.
"Estamos representando pela quebra de sigilo bancários da vítima. Entretanto, é importante ressaltar que os cartões do benefício e da conta corrente dela se encontravam com ele", disse o delegado.
Outro ponto, que está em investigação, é que após o desaparecimento da vítima, o investigado apareceu na cidade com uma motocicleta nova, avaliada em R$ 12 mil reais.
"Ele alegou que uma pessoa lhe mandou esse veículo de Manaus, para ser vendido em Rorainópolis. No entanto, já localizamos essa pessoa, que disse ser a proprietária do veículo, mas não apresentou os documentos da motocicleta que está em nome de um terceiro, que ainda não conseguimos contato. Até esclarecermos essa situação, apreendemos o veículo e está a disposição da Justiça", detalhou.
FEMINICÍDIO: Ao final de todas as diligências, em seu relatório final, o delegado ressaltou que vai representar pelo indiciamento do acusado pelos crimes de feminicídio contra a vítima Marilene da Conceição e, também, por estupro de vulnerável.
DA REDAÇÃO
Categoria:Polícia