Uma câmera localizada nas proximidades do local indicado do delito ajudou a desvendar a farsa / Foto: Divulgação/PCRR /
A PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio da Delegacia de São João da Baliza, esclareceu que a denúncia de estupro coletivo envolvendo uma adolescente de 12 anos no município de Caroebe era falsa. O caso ganhou grande repercussão no Estado, o que mobilizou esforços imediatos da Polícia Civil para apuração dos fatos e prestação de respostas à sociedade.
O delegado titular de São João da Baliza, Ricardo André Mendes, informou que a adolescente compareceu à unidade policial acompanhada da mãe no dia 29 de agosto, e relatou ter sido abordada por três homens encapuzados em uma caminhonete quando seguia para a escola, sendo forçada a entrar no veículo e estuprada de forma coletiva.
Diante da gravidade do relato, uma equipe de investigadores foi deslocada ao município de Caroebe para elucidação dos fatos, ouvindo a adolescente e sua genitora, além de refazer o trajeto apontado como local da abordagem com o fim de identificar testemunhas e câmeras de segurança, tudo no objetivo de esclarecer o crime e identificar supostos autores.
A perícia inicial realizada no hospital de Caroebe não constatou sinais de conjunção carnal recente, informação reforçada posteriormente por laudo médico emitido pela equipe do Instituto de Medicina Legal, do Núcleo de Perícia Forense, em Rorainópolis.
A adolescente também passou por escuta especializada em Boa Vista, na DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), apresentando diversas contradições. Outro ponto observado pela investigação foi o fato de a adolescente ter seguido normalmente para a escola após o suposto estupro, assistindo a duas aulas e apenas no intervalo comunicar o ocorrido à irmã, comportamento considerado incompatível com a violência descrita.
Durante as diligências, uma câmera localizada nas proximidades do local indicado do delito registrou a adolescente caminhando normalmente no horário das aulas, sem qualquer presença de veículo com as características citadas. Nenhuma testemunha confirmou ter visto a abordagem, apesar do local ser movimentado e em plena luz do dia.
A investigação também identificou a possibilidade de que a adolescente estivesse se relacionando com um rapaz da região, hipótese que pode ter motivado a falsa comunicação, ainda em fase de esclarecimento.
O delegado Ricardo André Mendes destacou o cuidado no tratamento do caso.
“A Polícia Civil atua com rigor e sensibilidade em ocorrências que envolvem crianças e adolescentes. Neste caso, a análise técnica demonstrou que os fatos relatados não aconteceram. Seguimos investigando para identificar a real motivação da denúncia e adotar as medidas legais cabíveis”, afirmou.
O delegado ressaltou ainda que denúncias falsas prejudicam o trabalho das forças de segurança, desviam recursos que poderiam ser aplicados em casos reais e ainda podem colocar em descrédito vítimas verdadeiras de violência sexual.
As investigações continuam para conclusão do inquérito policial.
DA REDAÇÃO

