Tocando Agora: ...

18º Simpósio de Geologia da Amazônia (SGA) inicia neste domingo (26)

Publicada em: 26/10/2025 10:39 -

A Abertura do evento ocorre neste domingo, a partir 18h30, no Centro Amazônico de Fronteiras / Foto: RCCaleffi /

A Universidade Federal de Roraima (UFRR) recebe, entre os dias 26 a 29 de outubro, o 18º Simpósio de Geologia da Amazônia (SGA). A ação ocorrerá no Centro Amazônico de Fronteiras da UFRR (CAF), discutindo temas centrais para a nova matriz de desenvolvimento econômico do estado.

Durante o evento, que retorna à capital roraimense após dez anos, a importância das terras raras e as pesquisas sobre transição energética estarão no centro das discussões científicas, divididas em grupos de trabalho, apresentação de banners, palestras, exposições e atrações culturais. O Simpósio é organizado pela Sociedade Brasileira de Geologia, Núcleo Norte, em parceria com os professores e pesquisadores das Geociências da UFRR.

A abertura do simpósio ocorre neste domingo (26), a partir 18h30, com a palestra “The Neogene history of the western Amazon: from Pebas System to Amazon River”, que será ministrada por Carina Hoorn, da University of Amsterdam, e moderada pelo professor Carlos Eduardo Lucas Vieira.

A coordenadora geral do evento, professora Lorena Feitosa, explica que o evento reafirma o seu papel como o mais importante espaço de encontro e troca de conhecimentos sobre a geologia amazônica. “O Simpósio vai reunir pesquisadores, profissionais e estudantes do Brasil e do mundo, além de comunidades locais, em torno de temas estratégicos para a região, promovendo debates sobre recursos minerais, energéticos e hídricos, geodiversidade, meio ambiente e sustentabilidade”, afirmou Feitosa.

Para o professor Vladimir Souza, que lidera pesquisas geológicas há quase 30 anos no estado, o simpósio será uma oportunidade única para compartilhar avanços científicos, fortalecer redes de colaboração. “Este evento vai ser decisivo para valorizar a pesquisa geológica, a diversidade cultural e natural da Amazônia”, destacou Souza.

Mais informações sobre o evento e o link para inscrições estão disponíveis na página oficial do simpósio.

Transição energética e terras raras

Os debates públicos sobre as ocorrências de petróleo, gás e hidrogênio estão sendo retomados após 40 anos, quando foram perfurados dois poços pela Petrobrás no estado, identificando ocorrências e o potencial de possíveis jazidas na região. Os geólogos pesquisadores da UFRR, Vladimir Souza, Carlos Eduardo e Lorena Feitosa participam ativamente dessas discussões, destacando espaços territoriais que necessitam de atenção da pesquisa científica, como a região do Tacutu, no município de Bonfim.

Segundo os pesquisadores, com a possibilidade de Roraima entrar para a história como um novo marco da mineração mundial em virtude da descoberta recente de Terras Raras na região do município de Caracaraí (RR), com o Complexo Minerário Barreira, o simpósio ganha ainda mais força, considerando o debate sobre os novos caminhos para a pesquisa brasileira sobre o tema, com foco na Amazônia setentrional.

“O conjunto de minérios estratégicos, presentes na região, serve às tecnologias renováveis modernas de baixo impacto ambiental. O grupo é composto de 17 elementos químicos fundamentais, presentes em smartphones, computadores, televisores, carros elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e em sistemas de defesa militar”, explica o professor Vladimir Souza.

O pesquisador ressalta ainda que foi descoberta na região de Caracaraí, no mês de setembro, uma área de 36 hectares, com potencial para aproximadamente 20 anos de produção. Além disso, há mais de 100 mil hectares requeridos. Dessa maneira, segundo o Souza, “será possível ampliar substantivamente a arrecadação do estado, podendo um projeto moderno de mineração e transformação em escala industrial gerar mais de mil empregos diretos”.

Para o professor o desafio é dimensionar a extensão dessas concentrações e avaliar o volume da jazida. “Já temos a comprovação, tanto em análises químicas quanto em microscopia, de que os elementos terras raras e outros minerais críticos aparecem em níveis muito acima do normal”, ressaltou o geólogo. Acrescenta o professor ainda que, atualmente, a China é a principal produtora mundial, “mas Roraima se destaca por ter diversidade de elementos e maiores quantidades em relação a outras regiões do país”, disse.

FONTE: PORTAL UFRR


Compartilhe:
COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!
Carregando...