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Encontro discute combate à violência sexual contra mulheres e crianças indígenas na fronteira do Brasil com a Guiana

Publicada em: 18/10/2025 12:31 -

Autoridades de segurança pública de Lethem e Bonfim se reuniram nesta sexta-feira para planejar ações / Foto: Divulgação /

O secretário municipal adjunto de Segurança Pública de Bonfim, Afonso Costa, se reuniu com uma delegação dos povos indígenas da Região 9 da Guiana, em Lethem, nesta sexta-feira (17). Também participaram representantes da Guarda Civil Municipal, Polícia Militar de Roraima (PMRR), do Conselho Tutelar, e da Ação Social da Prefeitura de Bonfim.

O encontro ocorreu no auditório da prefeitura de Bonfim e tratou de assuntos relacionados ao combate à exploração sexual de povos indígenas na fronteira, uma vez que casos dessa natureza têm aumentado na região nos últimos meses do lado guianense.

Além da violência, exploração e abusos contra mulheres e crianças indígenas guianenses, o encontro também discutiu o combate ao tráfico humano na fronteira Brasil/Guiana.

Conforme Afonso Costa, um dos casos recentes relatados que mais chamou a atenção foi de uma criança guianense de 6 anos, com necessidades especiais, que foi abusada sexualmente com tanta violência que precisou passar por cirurgias para reconstruir a genitália, que emendou com o ânus.

"Aqui no município de Bonfim, ultimamente tem diminuído as ocorrências dessa natureza. Porém, no país vizinho, tem aumentado. A preocupação deles é que as ocorrências de abuso e estupro de vulnerável vêm se repetindo com certa frequência em Lethem e pelas comunidades adjacentes à sede do município guianenses. Por essa razão é que eles nos procuraram, pedindo a nossa ajuda para coibir esse tipo de violência.

Região compartilhada

Conforme o secretário municipal de Segurança de Bonfim, Reinaldo Lacerda, diversas comunidades indígenas de Bonfim compartilham a mesma faixa de fronteira, sendo separadas apenas pelo rio Tacutu, como Pium, Comunidade do Sapo, Manoá, Jacamin e São João.

"Devido a essa proximidade entre as comunidades indígenas, é que as autoridades guianenses nos procuraram para essa parceria entre as forças de segurança dos dois países, porque muitos criminosos agem do lado de lá e vêm para o Brasil, e vice-versa. Daí a importância do compartilhamento de informações, logística e ações de combate a esses crimes entre as autoridades brasileiras e guianenses", disse Lacerda.

Próximo encontro

Ficou decidido que haverá um segundo encontro, a ser agendado, para avaliar os resultados dessa primeira reunião, para o qual também serão convidados órgãos federais, como Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal.

"Vamos acionar os órgãos federais, porque isso aí é uma situação muito grave, gravíssima! Lethem não se resume à questão turística, que está crescendo economicamente, mas também enfrenta essa situação lamentável de crimes de violência sexual contra mulheres, crianças e adolescentes. Então, oferecemos o que nós temos de ferramentas para ajudar a reverter esse quadro lamentável", acrescentou o secretário.

WIRISMAR RAMOS - da Redação (e-mail: opinativa.net@gmail.com)


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