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Polícia Civil de Roraima deflagra operação contra fraudes em financiamentos e consórcios

Publicada em: 02/10/2025 20:10 -

A Polícia apurou que os prejuízos ultrapassam R$ 1 milhão / Foto: Ascom/PCRR /

A PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio do DERCC (Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos) e com apoio da DDCON (Delegacia de Defesa do Consumidor), deflagrou, nas primeiras horas desta quinta-feira (2), a operação Credencial Falsa, contra uma empresa acusada de aplicar golpes milionários em financiamentos e consórcios falsos de imóveis. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Boa Vista, Manaus e São Luís (MA).

As ações ocorreram no Centro da capital roraimense e no bairro São Bento, sob a coordenação do delegado da DERCC, Eduardo Patrício. Nas demais cidades, a operação contou com o apoio da PCAM (Polícia Civil do Amazonas) e da PCMA (Polícia Civil do Maranhão).

Segundo o delegado, o modus operandi da empresa consistia em prometer contemplação garantida para quem contratasse consórcios e financiamentos. As vítimas eram atraídas por anúncios em redes sociais e orientadas a comparecer à sede da empresa. No local, eram convencidas a pagar valores de entrada em que apenas 5% era destinado a abertura de uma cota de consórcio, e o restante, 95%, era apropriado pela empresa sob a justificativa de uma suposta taxa de intermediação. 

“Eles faziam postagens nas redes sociais prometendo contemplação imediata na compra de imóveis e automóveis e afirmavam que, para adquirir o bem mais rapidamente, era necessário dar um valor de entrada”, explicou o delegado.

As investigações revelaram que, além de receber valores de entrada, a empresa emitia boletos em nome próprio para o pagamento das parcelas mensais, sem repassar os valores às administradoras.

“Apenas uma pequena fração era destinada de fato a algum consórcio, o que tornava praticamente impossível que a pessoa fosse contemplada”, destacou Eduardo Patrício.

Também foram identificadas fraudes documentais, como alterações em contratos e confirmações falsas de adesão feitas por telefone por terceiros. Ficou comprovado ainda que a empresa não mantinha vínculo com administradoras oficiais de consórcios e financiamentos.

Outro ponto investigado é a participação de um dos suspeitos, residente em São Luís, que possuía contrato com administradoras de consórcio. Ele teria usado essa parceria para firmar um convênio informal com a empresa de Boa Vista, sem o conhecimento das administradoras.

Até o momento, mais de 100 B.O.s (Boletins de Ocorrência) foram registrados contra a empresa, e os prejuízos ultrapassam R$ 1 milhão.

“As vítimas percebiam o golpe após pagar a entrada e, passados cerca de dois meses, não eram contempladas. Ao procurar a empresa, eram orientadas a aguardar o mês seguinte, mas a contemplação nunca acontecia. Além disso, os valores pagos não eram devolvidos”, relatou o delegado.

Durante as diligências, foram apreendidos documentos, aparelhos eletrônicos e bens ligados ao esquema. Também foi identificada a violação de uma empresa interditada pelo PROCON em fevereiro de 2025. Objetos foram retirados irregularmente do local.

Para evitar ser vítima desse tipo de crime, o delegado da DERCC orienta que os cidadãos exijam contratos formais e procurem empresas reconhecidas e com credibilidade no mercado.

“As pessoas que desejam contratar um consórcio devem realizar o procedimento diretamente com as administradoras e não por meio de intermediárias, que acabam induzindo ao erro e recebendo valores de entrada que jamais chegam às administradoras”, alertou Eduardo Patrício.
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Polícia Civil prende jovem acusado de sequestrar e manter a ex-companheira em cárcere privado

Uma ação da PCRR (Polícia Civil de Roraima) por meio do NIPD (Núcleo de Investigação de Pessoas Desaparecidas) do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) resultou na prisão, nesta quarta-feira, dia 1º, em via pública, do jovem A.V.S.S., de 19 anos, acusado de sequestrar, torturar e manter em cárcere privado, sua ex-companheira, uma jovem de 20 anos. A vítima foi localizada na casa da mãe do suspeito, no bairro Senador Hélio Campos, em estado debilitado.

Conforme as informações do delegado titular do NIPD, Jean Daniel, a comunicação de que a vítima teria desaparecido foi feita pela irmã dela, no dia 30 de setembro. Segundo ele, o último contato da jovem com a família, antes de desaparecer, foi por aplicativo de mensagem, no dia 27.

Os dois estavam separados, após a jovem ser agredida por ele. No entanto, o homem não aceitava a separação e a ameaçava constantemente.

No dia 27, a jovem foi deixada por um homem na casa de um amigo, em um endereço no bairro Alvorada. No entanto, segundo informações, ela não chegou a entrar no local e seu paradeiro tornou-se desconhecido.

“O temor da irmã da vítima, deu-se pelo fato de que o suspeito tem histórico de relacionamento abusivo com ela. Em um dos momentos de violência, ele chegou a cortar o cabelo da vítima em frente a um estabelecimento comercial, com ameaças constantes, por não aceitar o fim do relacionamento”, disse o delegado.

Ainda segundo Jean Daniel, antes da jovem desaparecer o suspeito havia ligado para a irmã da vítima, ameaçando-a e perguntando pelo paradeiro da ex-companheira.

Ontem, após receberem a informação de que a irmã da vítima recebeu uma fotografia instantânea dela, revelando que estava com lesões no rosto, principalmente em seus olhos, as investigações se intensificaram. 

“Com as informações repassadas à equipe, dentre elas a fotografia da vítima agredida, realizamos várias diligências, que nos levaram à casa da mãe do acusado, no bairro Senador Hélio Campos, onde a vítima foi encontrada em estado debilitado”, relatou. 

Ainda segundo o delegado, as diligências tiveram continuidade e o suspeito foi preso em via pública. Ele foi conduzido até um quarto localizado no bairro Operário onde foram apreendidos diversos objetos como seringas, máquina e cartucho para tatuagem, faca de serra e celular, utilizados no crime.

A vítima, segundo o delegado, foi encaminhada à sede da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde foi atendida por uma equipe do SAMU que a conduziu ao hospital para atendimento.

O acusado foi apresentado no PCE (Plantão Central Especializado), onde foi autuado em flagrante pela delegada Carolina Huppes pelos crimes de sequestro e cárcere privado resultando em grave sofrimento físico ou moral; tortura - submeter alguém sob sua guarda com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo e, também, dano qualificado com violência à pessoa ou grave ameaça, todos combinado com a Lei Maria da Penha.

O acusado foi apresentado na manhã desta quinta-feira, dia 02, na Audiência de Custódia, onde teve a prisão homologada e convertida em prisão preventiva.

“Trata-se de uma ocorrência que começou inicialmente como desaparecimento de pessoa. Iniciamos as diligências e descobrimos algo muito mais grave. Após as investigações conseguimos resgatar a jovem, que vinha sendo agredida e sendo submetida a tortura. Ele está preso e a Polícia Civil finaliza mais essa investigação”, disse o delegado Jean Daniel.

DA REDAÇÃO

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