Lei criada pelo Poder Legislativo celebra a data em 21 de setembro, mesmo dia em que a categoria teve seu piso salarial fixado, em 1945 / Foto: Reprodução/ALERR /
A Lei Estadual nº 939/2013 institui 21 de setembro como o Dia do Radialista em Roraima. De acordo com a norma, a data simboliza um marco histórico para a categoria, pois, nesse mesmo dia, há 80 anos, foi fixado o piso salarial, por meio do Decreto-Lei nº 7.984/45, sancionado pelo então presidente da República, Getúlio Vargas.
O presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), deputado Soldado Sampaio (Republicanos), destacou a contribuição desses profissionais para o parlamento estadual por meio da Rádio Assembleia (FM 98.3), mantendo a sociedade – principalmente as famílias que moram no interior do estado – atualizada sobre as ações da Casa.
"Nossos radialistas desempenham um trabalho de excelência, levando informações importantes à população, em especial, aos munícipes do interior, de forma simples e acessível. Possuímos aparelhos de ponta, interação com outras plataformas digitais, tudo isso para alcançar um maior número de pessoas. Parabenizo a todos os profissionais que trabalham incansavelmente na busca pela informação precisa e com responsabilidade", declarou Sampaio.
Para a superintendente de Comunicação da ALERR, Sonia Lucia Nunes, o radialista, além de levar informação diária à população, tem o poder de interagir diretamente com o ouvinte, inclusive aguçando seu imaginário.
"Com a chegada da TV, disseram que o fim do rádio estaria próximo e, consequentemente, a profissão de radialista. No entanto, temos um sindicato atuante que forma novos profissionais. Na nossa rádio institucional, contamos com um time completo que informa e entretém a comunidade. Além disso, recebemos feedbacks, o que é muito importante para nós. Então, o radialista ainda ocupa esse espaço importante na área, cumprindo seu papel de informar com fidelidade e compromisso com a notícia e o cidadão", frisou.
Histórias que marcam
Já são 25 anos de vida dedicados ao radialismo. Nessas mais de duas décadas de trabalho, o radialista Antônio Souza acompanhou as mudanças significativas no meio de comunicação e teve a oportunidade de trabalhar nas áreas de esporte, música e reportagens jornalísticas.
“A minha carreira no rádio teve momentos diferentes e marcantes. Na parte da cobertura jornalística, foi uma chacina na Penitenciária [Agrícola de] Monte Cristo. Na música, foi poder conhecer ouvintes que me imaginavam de um jeito e quando me conheceram se surpreenderam, pois achavam que eu era um ‘garotão’. Então, carrego histórias importantes e engraçadas como comunicador”, contou.
Atualmente, o radialista comanda o “Música que a gente gosta”, de segunda a sexta-feira, das 8h às 9h, na Rádio ALERR. O programa relembra canções que fizeram sucesso nas décadas passadas, com foco no sertanejo raiz e forró pé-de-serra.
“É uma nova etapa na minha vida profissional. Eu me lembro que quando o presidente da Casa anunciou a oficialização do meio institucional, eu mentalizei que iria trabalhar nela, fiquei com aquilo na cabeça e deu certo. A rádio já tem quatro anos e estou aqui contribuindo e muito feliz. É um fato muito importante para a minha carreira”, destacou.
A jornalista e radialista Elivane Freitas trabalha na área há 16 anos, dos quais metade foram dedicados à TV e a outra parte, ao radiojornalismo. Para ela, a mudança, apesar de brusca, foi surpreendente e, ao mesmo tempo, gratificante. “A gente costuma acreditar que não existe vida após a TV, e foi aí que eu tive esse baque. Eu, simplesmente, me encantei”, revelou.
Ela integra a equipe da Rádio Roraima desde novembro de 2017 e detalhou que nem imaginava o quanto se adaptaria tão bem ao novo trabalho.
“Foi maravilhosa a mudança de área, de texto também, que muda completamente, precisa ser mais detalhado, curto e bem explicado para o ouvinte entender. Posso dizer que sou apaixonada pelo rádio e nunca pensei que iria gostar tanto de trabalhar com ele”, afirmou.
Em anos de trabalho e convívio com o público, a jornalista disse que carrega algumas histórias que ficarão na memória, como a da filha que procurava por notícias do pai, com quem não se encontrava há anos.
“Assim que entrei na rádio, recebi mensagem de uma senhora que morava no Maranhão e buscava notícias do pai. Ela contou que ele veio a Roraima trabalhar no garimpo e perdeu contato. Por isso, queria saber se ele estava bem. Ela enviou o nome dele completo, a idade (próxima dos 80) e o local provável de onde poderia estar. Acabamos fazendo uma matéria e conseguimos localizá-lo. Depois disso, a família nos contatou, informando que conseguiram falar com ele por telefone. Foi muito emocionante e isso me impactou. É muito bom fazer esse tipo de matéria que tem uma relevância social”, relatou. Elivane apresenta o programa Roraima Notícias, de segunda à sexta-feira, a partir do meio-dia.
O radialista Waldenir Benttes também tem uma conexão com o rádio há pelo menos 30 anos, principalmente com o jornalismo esportivo. Em seu currículo, constam diversas histórias, como a cobertura da final do Campeonato Brasileiro de 1995, realizada no Estádio do Pacaembu, em São Paulo.
“Naquele dia, o Botafogo e o Santos disputaram a taça. Esse foi o primeiro título do Botafogo. Na época, estávamos muito longe da tecnologia que temos hoje, dependíamos da conexão da Embratel. A gente tinha o chamado ‘delay’ de três segundos. Então, você falava e tinha que esperar. Para mim, esse foi o momento mais marcante da minha trajetória, pois fomos a primeira e única emissora, até então, a transmitir o campeonato brasileiro”, salientou.
Servidor da Assembleia Legislativa, ele e o radialista Bernardo Silva, apresentam o “Domingo Esportivo”, das 10h às 12h. O programa consiste em um bate-papo interativo sobre o universo esportivo, além de notícias e entrevistas com atletas e outros profissionais da área.
Sindicato presente
O Sindicato dos Radialistas tornou-se fundamental na defesa dos direitos trabalhistas e nas negociações de trabalho da categoria. O diretor da entidade, Waldenir Benttes, destacou a importância da regulamentação da profissão por meio da emissão do Registro Profissional, o DRT.
"O sindicato é muito importante nesse processo para mostrar ao profissional a importância de se ter o DRT, por questões trabalhistas, e também para os contratantes, para que eles possam ter colaboradores devidamente registrados e, assim, evitarem quaisquer situações de desconforto entre ambas as partes”, pontuou.
SUZANNE OLIVEIRA