O idoso havia sido resgatado no dia 9 de julho, após denúncia de moradores locais / Foto: Divulgação/PCRR /
A PCRR (Polícia Civil de Roraima) cumpriu, nesta segunda-feira, dia 21, um mandado de prisão preventiva contra o idoso C. R. R., de 75 anos, que havia sido encontrado em estado grave de saúde e em condições degradantes de moradia na região do Boqueirão, área rural de Alto Alegre. A prisão foi realizada pela equipe da Delegacia do município.
De acordo com informações prestadas pelo delegado titular de Alto Alegre, Vinícius Quadros, o idoso havia sido resgatado no último dia 9 de julho, após denúncia de moradores locais. Na ocasião, ele foi socorrido por uma equipe do SAMU e encaminhado para atendimento médico em Boa Vista.
Durante o registro da ocorrência, a equipe policial constatou que havia um mandado de prisão preventiva em aberto contra ele, expedido pela Comarca de Guiratinga, no Estado do Mato Grosso, com validade até 2038. O crime atribuído é o de extorsão, conforme previsto no artigo 158 do Código Penal.
Segundo o delegado, a prisão foi formalizada após a alta médica do investigado, que foi conduzido para audiência de custódia e, em seguida, encaminhado à Cadeia Pública de Boa Vista.
“O mandado foi cumprido hoje. Ele foi ouvido no inquérito que apura a situação em que ele próprio figura como vítima, por possível submissão à condição de trabalho análogo à escravidão. Aproveitamos a oportunidade para dar cumprimento ao mandado judicial”, informou o delegado.
Trabalho sob condições precárias
O delegado esclareceu que está sendo investigado se o idoso vivia em situação de trabalho análogo à escravidão. Segundo relatos iniciais, ele trabalhava como vaqueiro em uma fazenda da região, onde enfrentava condições precárias: sem acesso contínuo à água potável, sem energia elétrica e com alimentação limitada. O abastecimento de água ocorria apenas uma vez por semana, e o idoso precisava se deslocar mensalmente até a cidade para comprar mantimentos.
Apesar das evidências de precariedade, o delegado Vinícius Quadros afirmou que ainda é necessário aprofundar a investigação.
“Ele tinha certa autonomia, se deslocava quando precisava e recebia um pagamento. Mas as condições em que vivia indicam, sim, possíveis elementos do crime. Precisamos avaliar melhor todos os aspectos antes de concluir o inquérito”, esclareceu.
Ainda segundo o delegado, o cumprimento do mandado foi comunicado à Justiça de Mato Grosso, a quem cabe a decisão quanto à eventual transferência do custodiado.
DA REDAÇÃO