AMOR OFICIALIZADO: DPE-RR e parceiros oficializam união de mais de 260 casais às margens do Rio Branco

Terceira edição do "Enfim, Casados", em Boa Vista, ocorreu nesta sexta-feira (16) / Foto: Ascom/DPE-RR /

Resposta de uma oração antiga. É como resume Leni Soares, de 59 anos, sobre finalmente selar a união com Francisco Pereira Dias da Silva, de 61. Eles estavam entre os 267 casais que disseram “sim” nesta sexta-feira (16), no casamento coletivo "Enfim, Casados". Juntos há dois anos, eles escreveram no Parque do Rio Branco, mais um capítulo dessa história.

“É um sonho que eu sempre tive. Nunca me casei. É a primeira vez, aos 60 anos. Eu estou radiante. Não tem ninguém mais feliz que eu”, declarou Leni. Ao seu lado, Francisco, com quem está há dois anos, completou: “Muito bom, estou gostando muito. Muito feliz.”

“Eu pedi muito a Deus uma pessoa que não tivesse vício, que fosse divorciado, com 60 anos. Ele mandou exatamente o que eu pedi, e até mais", declarou.

Esta é a terceira edição realizada na capital pela Defensoria Pública de Roraima (DPE-RR), em parceria com a Prefeitura de Boa Vista, a Vara da Justiça Itinerante e a Corregedoria Geral de Justiça do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), além dos cartórios Loureiro e 2º Ofício.

Dos corredores da Escola Severino Cavalcante, onde se conheceram, Jennifer Priscila, de 21 anos, e Daniel dos Santos, de 22, enxergaram o “Enfim, Casados!” como uma chance de confirmar o amor que os une há três anos e que gerou uma filha, atualmente com 11 meses.

“É uma oportunidade, né, pouco custo pra casar, então a gente viu uma oportunidade”, contou Jennifer.

O evento, já tradicional no calendário da Defensoria, emocionou quem esteve presente, com decoração especial e muitas histórias de amor. O defensor público-geral, Oleno Matos, destacou o impacto social da iniciativa.

“A gente vê o congraçamento do amor, a certeza de que a vida vale a pena e de que nós estamos fazendo certo. […] A Defensoria Pública tem o maior orgulho e o maior prazer de poder oferecer isso”, afirmou.

Coordenadora do projeto, a defensora pública Elceni Diogo falou sobre o simbolismo do evento e a importância dos parceiros.

“É muito bom ver as pessoas podendo realizar aquilo que elas desejam. Às vezes, o casamento é um desejo que não pode ser cumprido pela ausência de um documento, pela ausência do recurso financeiro, e a Defensoria Pública vai lá, reúne vários parceiros e torna a edição possível”, disse.

A emoção tomou conta de muitos casais, como Francinayra Estevão, de 21 anos, e Lucas Lima, de 29.

“Eu nem dormi. Estava ansiosa. Não tinha um dia que eu não pensasse nesse dia”, contou Francinayra. Os dois se conheceram quando Lucas trabalhava em frente à casa dela. Desde então, nunca mais se separaram e hoje são pais de uma menina de oito meses.

Parceira do evento, Natália Gabrielle, responsável pelo Cartório do 2º Ofício, destacou o sucesso da iniciativa. 

“O impacto social é enorme. A gente vê casais de todas as idades, de todas as etnias, e percebe que quando as instituições estão alinhadas, o Estado realmente consegue desempenhar o seu papel dentro da sociedade", disse.

O vice-prefeito de Boa Vista, Marcelo Zeitoune, reforçou a continuidade da parceria.

“É uma oportunidade que a gente dá para essas pessoas legalizarem suas uniões. Muitos já vivem juntos há muito tempo, mas não tinham como oficializar. […] A gente vai continuar com essa parceria junto com a Defensoria Pública e futuramente permitir que outros casais também se casem nesse casamento coletivo", afirmou.

O evento também contou com a presença da juíza da Vara da Justiça Itinerante, Tânia Vasconcelos, do servidor Dagoberto Gonçalves do GMF do TJRR, representando o desembargador Almiro Padilha, o escrivão Joziel Loureiro, parceiro do evento, Sheyla Medeiros, superintendente de Desenvolvimento Social da Secretaria Municipal de Assistência Social e o juiz auxiliar da Corregedoria do TJRR, Eduardo Álvares.

DA REDAÇÃO

Categoria:Justiça

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