Cientista político dá dicas de como votar consciente para vereador

Linoberg Almeida: "Antes de cobrar do candidato o papel adequado, cabe ao eleitor saber em quem está votando" / Foto: arquivo pessoal /

A 11 dias do primeiro turno das eleições municipais (a votação será no dia 6 de outubro e 27 de outubro caso haja segundo turno), muitos eleitores ainda não decidiram em quem votar, seja para prefeito ou vereador. Tem gente que nem se lembra mais em quem votou nas eleições de 2020, muito menos acompanhou o desempenho de seus representantes na Prefeitura e na Câmara Municipal de seu município.

Conhecer seus candidatos é importante, ou é melhor escolher mesmo no calor da emoção, com base em quem aparece mais na propaganda política de rua, nas redes sociais ou no rádio e na televisão?

O cientista político professor Linoberg Almeida, que já foi vereador por Boa Vista entre 2017 a 2020, dá algumas dicas que podem ajudar o eleitor a fazer uma boa escolha para não se arrepender depois.

"Considero importante ter em mente uns passos que fazem toda a diferença. Pesquisar a história, de onde veio, o que faz, uma ficha corrida de quem você vai 'contratar' para te representar. Nisso se enquadra a pessoa pensar ou ver o mundo mais ou menos como você. Uma espécie de afinidade de ideias. Antes de cobrar dele o papel adequado, cabe ao eleitor saber em quem está votando", afirma.

Cuidado para não cair em propostas vazias

Para Linoberg, analisar as propostas do candidato é outra dica de ouro, isso porque muitos nem conhecem as funções de um vereador e, por isso, fazem promessas 'vazias' e 'aleatórias', que nunca poderão cumprir.

"Sabemos quais as atribuições do cargo, para não cair em proposta vazia. Isso já elimina um monte de pretensos que agem por desconhecimento ou por má fé, na maioria dos casos. Sinceramente, eu desconfio muito de candidato ao cargo de vereador cheio de proposta de campanha. Nem precisava ter. As atribuições do cargo de fiscalizador, quando bem trabalhadas, não dão margem a delírios", enfatiza.

Ideologias do partido

Linoberg acrescenta que analisar o partido no qual o candidato é filiado também é importante, porque a sigla (e, consequentemente o candidato) pode defender ideologias discordantes com o que o eleitor pensa. 

"O eleitor é educado politicamente a escolher mais pela quantidade e não pela qualidade. E isso, um dia, ainda vai mudar. Saber o partido é super importante, pois o seu voto pode estar ajudando a eleger alguém que você nem topa. Coisas do nosso sistema político. E, sem as coligações, as distorções ficaram exacerbadas. Por fim, falar que conhece a cidade e seus problemas não significa que conhece de fato. Votar em quem vive a cidade e seus dilemas faz toda a diferença", orienta.

Este ano, as 23 cadeiras da Câmara Municipal de Boa Vista são disputadas por 294 candidatos. Desse total, o Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) já indeferiu 10 pedidos de registro de candidaturas por vários motivos, como ausência de quitação eleitoral, inelegibilidade, desistência, falta de documentos, dentre outros.

WIRISMAR RAMOS - da Redação (e-mail: opinativa.net@gmail.com)

Categoria:Política

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