Roraima concentra 30,4% da população em abrigo ou casas de passagem para outros grupos vulneráveis, aponta IBGE

A Operação Acolhida e a ACNUR prestam atendimento voluntário aos imigrantes e refugiados vindos da Venezuela / Foto: Divulgação/Operação Acolhida /

O estudo “Censo Demográfico 2022: Tipos de domicílios coletivos, improvisados, de uso ocasional e vagos: Resultados do universo”, divulgado nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que o Estado de Roraima concentra 30,4% dos moradores dos domicílios do tipo “Abrigo, casas de passagem ou república assistencial para outros grupos vulneráveis”.

Conforme Bruno Perez, analista do IBGE, Roraima apresenta uma distribuição geográfica peculiar, resultante da imigração venezuelana. “Uma situação que certamente deriva da existência, nesse estado, de grandes instalações provendo abrigamento provisório para o fluxo migratório oriundo da Venezuela”, explica o analista.

Em Roraima, a Operação Acolhida e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) prestam atendimento voluntário aos imigrantes e refugiados vindos da Venezuela, auxiliadas por Organizações Não Governamentais (ONGs) e a Igreja Católica.

Para o tipo de domicílio “Abrigo, albergue ou casa de passagem para população em situação de rua”, mais da metade (50,6%) da população encontrava-se em São Paulo.

A Região Norte, embora abrigasse 8,5% da população brasileira, era a residência de apenas 1,3% dos moradores de asilos. Já no Centro-Oeste, o destaque é para a participação dos moradores dos domicílios do tipo “Alojamento”, com 32,1% do país - Mato Grosso, sozinho, teve 20,3% dos moradores de alojamentos. “Muitos trabalhadores da agropecuária ficam nesse tipo de domicílio, o que pode ser um indicativo da predominância da região”, ressalta o analista.

Em 2022, conforme o IBGE, 837 mil pessoas residiam em domicílios coletivos no país, ou 0,4% da população total do Brasil. O tipo de domicílio coletivo com maior número de moradores foi “Penitenciária, centro de detenção e similar”, que abrigava 479 mil pessoas, o que corresponde a 57,2% do total de moradores de domicílio coletivos e 0,2% do total da população brasileira.

É a primeira vez que o Instituto divulga dados dessa natureza no âmbito do Censo, traçando um perfil de idade, sexo e alfabetização dos moradores destes tipos de domicílios.

“Para o Censo 2022, domicílios coletivos foram definidos como uma instituição ou estabelecimento onde a relação entre as pessoas que nele se encontravam, na data de referência, era regida por normas de subordinação administrativa”, explica Bruno.

FONTE: PORTAL IBGE

Categoria:Política

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