Polícia Civil deflagra segunda fase da Operação Janus e cumpre cinco mandados de busca e apreensão

A segunda fase visa apurar as circunstâncias relacionadas a intervenções policiais com o resultado morte / Foto: Divulgação/PCRR /

Nas primeiras horas desta quinta-feira, dia 29, a PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio da DGH (Delegacia Geral de Homicídios), deflagrou a segunda fase da “Operação Janus” e cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em residências de policiais militares investigados por crime de homicídio qualificado.

A operação foi conduzida pelo delegado titular da DGH, João Evangelista e contou com o apoio de policiais do DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), GRT (Grupo de Resposta Tática) e do DEINT (Departamento de Inteligência) da SESP (Secretaria de Segurança Pública). 

Segundo Evangelista, a segunda fase da Operação Janus visa apurar as circunstâncias relacionadas a intervenções policiais com o resultado morte.

Disse também que há algumas investigações na Delegacia de Homicídios que demandam análise de circunstâncias. Ou seja, em que circunstâncias ocorreram alguns confrontos policiais no ano de 2023. 

“Temos alguns policiais militares presos em decorrência da Operação Janus fase 1, que foi uma outra intervenção policial e agora nós temos essa fase 2, que diz respeito a outro fato também. Ainda temos alguns outros confrontos, de intervenções policiais sob investigação. Provavelmente teremos outras fases da mesma operação”, disse.

Ainda segundo o delegado, dos 15 casos de confrontos com resultado morte por intervenção de agentes de segurança, registrados no ano de 2023, estão sendo analisados quais especificamente foram confrontos e quais se enquadram em um contexto de confronto forjado, com a intervenção policial quando, de fato, não aconteceu um confronto. 

“Roraima teve, em 2023, um aumento de mais de 200% no contexto de mortes em decorrência de intervenção policial. Foi o primeiro lugar do país em decorrência de aumento, de crescimento desse tipo de ocorrência, de intervenção policial com resultado morte. Consequentemente, depois das investigações evoluírem, também o inverso aconteceu. É possível que nós tenhamos aí, brevemente, dados apontando que Roraima foi considerado também o Estado com menor índice nesse período agora, em comparação com o ano anterior, relacionada ao mesmo tipo de ocorrência”, detalhou.

Evangelista detalhou que a segunda fase da operação Janus foi deflagrada em relação a um inquérito policial que objetiva esclarecer a morte de Elieldo Romero Magalhães, de 25 anos, ocorrido em 16 de dezembro de 2023, após uma intervenção policial feita pela Polícia Militar no bairro Vila Jardim, em um prédio onde a vítima morava.

“Segundo o relato dos policiais, tratava-se de um confronto. A apuração se estendeu e compreendemos que, na verdade, há elementos apontando que houve uma fraude processual, houve uma violação de regras ali que indicam que, na verdade, não houve confronto, houve uma execução. Assim, a Justiça decretou agora, o mandado de busca e apreensão em cinco endereços de policiais militares que atuaram naquela ocorrência”, disse.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos bairros Cidade Satélite, Jóquei Clube e Cinturão Verde. A Polícia Civil montou cinco equipes que cumpriram as determinações judiciais nas residências dos policiais militares E.A.P.M.S., E.O.G. E.V.A., J.S.R., e B.F.K.

Durante a ação foram arrecadados armas, munições, aparelhos celulares, dispositivos eletrônicos, que serão encaminhados para perícia.

OPERAÇÃO JANUS: O nome da ação policial reporta-se à mitologia romana em que Janus é a divindade bifronte que mantém uma de suas faces voltada para frente, em atenção ao porvir, e outra, para trás, em apreciação ao que já se passou.

DA REDAÇÃO

Categoria:Polícia

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