Presidente da ALE-RR determina apuração de denúncia sobre existência de suposta 'rachadinha' na casa

Nas últimas sessões, o deputado Jalser Renier tem usado insistentemente a tribuna para falar sobre um suposto esquema de rachadinha na ALE-RR / Foto Reprodução TV Assembleia /

O presidente da ALE-RR (Assembleia Legislativa de Roraima), deputado Soldado Sampaio (PCdoB), determinou à Corregedoria-Geral, a Ouvidoria e à Comissão de Ética que apure a denúncia da suposta existência de rachadinha na casa, onde parlamentares estariam se apoderando de parte do salário dos servidores lotados em seus gabinetes.

Sem apresentar provas até o momento, a denúncia foi feita de forma insistente essa semana pelo deputado Jalser Renier que, mais uma vez, fez uso da tribuna na sessão desta quinta-feira, 2, para agradecer a adesão, segundo ele, à campanha que lançou na quarta-feira, 1º, para atender os servidores que supostamente estejam sendo obrigados a devolver parte do salário a parlamentares.

Sampaio disse que será aberto um procedimento interno para apurar a denúncia e acabar com esse "tom de intimidação" aos parlamentares que o deputado Jalser Renier tem usado em suas falas, afim de dar conhecimento a todas as autoridades necessárias.

"Determino que a Ouvidoria faça esse procedimento e a Corregedoria, convide o deputado Jalser Renier. Não vamos deixar de apurar. Acredito que essa é a vontade da maioria dos deputados aqui presentes, até porque fica aquele tom de intimidação e eu acho que todo mundo tá com sua consciência tranquila", afirmou. 

Jalser Renier é acusado de ser o mandante dos crimes de sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos, ocorridos em outubro do ano passado e, devido a isso, hoje responde a representação com pedido de cassação de seu mandato parlamentar na Comissão de Ética da ALE-RR, por quebra de decoro parlamentar.

Esquema é antigo, só mudou de nome

O esquema de rachadinha (caso fique comprovado que realmente ocorre atualmente na ALE-RR), é antigo e Jalser Renier tem bastante experiência nessa questão. O parlamentar foi um dos 41 presos durante a Operação Praga do Egito, deflagrada pela Polícia Federal no dia 26 de novembro de 2003, por envolvimento com o esquema conhecido como "escândalo dos gafanhotos".

O "escândalo dos gafanhotos" revelou, de acordo com a investigação da PF e do Ministério Público, uma fraude de cerca de R$ 230 milhões em recursos públicos estaduais e federais. O esquema consistia, basicamente, na indicação para inclusão na folha de pagamento do Estado de servidores-fantasmas por deputados e conselheiros do TCE-RR (Tribunal de Contas do Estado) à época.

Esses servidores-fantasmas devolviam a maior parte do salário para seus 'padrinhos'.

WIRISMAR RAMOS - da Redação (e-mail: opinativa.net@gmail.com)
Categoria:Política

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