24 DE ABRIL: Dia do Escritor Roraimense passa despercebido no estado e município de Boa Vista

A data foi instituída pelo Decreto nº 6.991-E, em homenagem ao dia do nascimento da escritora Nenê Macaggi (24 de abril de 1913) / Foto: Folha BV /

A data de 24 de abril deveria ser comemorada em grande estilo em Roraima. É nesse dia que se comemora o Dia do Escritor Roraimense, mas não se teve notícia, pelo menos até o momento, de nenhum evento alusivo a essa tão importante homenagem que o então governador Ottomar Pinto fez à grande escritora Nenê Macaggi, que inslusive dá nome ao Palácio da Cultura.

A data foi instituída por Ottomar, por meio do Decreto nº 6.991-E, de 27 de março de 2006, em homenagem ao dia do nascimento da escritora Nenê Macaggi, em dia 24 de abril de 1913.

O escritor roraimense Edgar Borges destaca a importância da data, mas também sente falta de ações que valorizem a literatura e autores do estado, em todas as esferas de poder.

"Estas datas são importantes para lembrar à sociedade a nossa importância como agentes culturais. Mas tão importante quanto isso ou até melhor do que apenas lembrar que existimos seria a criação e anúncio de ações voltadas para a valorização da literatura e dos autores de Roraima, como editais de criação, publicação e distribuição de obras, caravanas literárias, prêmios e afins. Isso em todas as esferas de poder, tanto estadual como municipais", ressalta.

O escritor Aldenor Pimentel lamenta a data ter passado em branco. 

"É triste notar que os escritores são literalmente esquecidos pelo poder público local, o que se reflete não só na não menção ao Dia do Escritor Roraimense, como também na demora em reabrir a Biblioteca Pública Estadual e, de modo mais amplo, no não lançamento até agora dos editais de cultura da Lei Paulo Gustavo, ainda que os recursos financeiros tenha sido transferidos pelo Governo Federal desde o ano passado", disse.

A reportagem questionou o Governo de Roraima e a Prefeitura de Boa Vista sobre o esquecimento da data e aguarda retorno.

Quem foi Nenê Macaggi

Maria Macaggi (Nenê Macaggi) nasceu no dia 24 de abril de 1913, em Paranaguá, no Paraná. Era filha de Narcizo Lourenço Macaggi e de Maria de Paiva Macaggi.

Ainda muito jovem Nenê Macaggi se mudou para o Rio de Janeiro onde começou sua carreira jornalística no “Jornal do Brasil” e no “Jornal de Notícias”, além de escrever para algumas revistas semanais, dentre elas: “A Carioca”, “O Malho”, e “A Seleta”. Seus primeiros romances foram: “Chica Banana”, e “Água Parada” – ambos escritos em 1930; e “Contos de Dor e Sangue” (1940);

Confira suas obras:
 
- Água parada. [S.l.]: Calvino Filho, 1933. (contos);
- Contos de dor e de sangue. Rio de Janeiro: Coelho Branco, 1935. (contos);
- Chica banana. Rio de Janeiro: Imãos Ponguetti, 1938. (romance);
- A mulher do garimpo. Manaus: Imprensa Oficial, 1976. (romance);
- Dadá Gemada-Doçura-Amargura. Boa Vista: [s.n.], 1980. (romance);
- Exaltação ao verde terra – água – pesca. Boa Vista: [s.n.], 1984. (romance);
- A mulher do garimpo. 2. ed. Boa Vista: Atual, 2012. (romance);
- Nará-Sué Uarená. Boa Vista: Gráfica Real, 2012. (romance).

Trajetória em Roraima

Nenê Macaggi veio a Roraima para fazer um trabalho jornalístico pelo então presidente da república Getúlio Vargas em 1941, e sua importância na literatura se intensificou quando escreveu “A mulher do garimpo”, considerado marco inicial da literatura local publicado em 1976. Em sua trajetória, foi colaboradora do jornal Folha de Boa Vista publicando artigos diariamente. 

WIRISMAR RAMOS - da Redação (e-mail: opinativa.net@gmail.com) - com informações da Folha de Boa Vista
Categoria:Arte e Cultura

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